Ai de Ariel, a cidade onde Davi acampou!
Acrescentem ano após ano,
deixem que as festas completem seu ciclo;
2 no entanto, porei Ariel em aperto,
e haverá pranto e lamentação;
ela será para mim como Ariel.
3 Acamparei ao redor de você,
cercando-a com trincheiras
e levantarei rampas de ataque
contra você.
4 Então, lançada por terra,
do chão você falará,
e do pó sairá a sua voz.
A sua fala será como um cochicho
vindo do pó.
5 Mas a multidão dos seus inimigos
será como o pó fino,
e a multidão dos tiranos,
como a palha que voa.
E isso acontecerá de repente,
num instante.
6 O Senhor dos Exércitos
trará castigo
com trovões, terremotos,
grande estrondo, tufão de vento,
tempestade e labaredas
de um fogo devorador.
7 Como um sonho ou uma visão noturna,
será a multidão
de todas as nações
que lutam contra Ariel,
bem como todos os que lutam
contra ela e a sua fortaleza.
8 Será como o faminto
que sonha que está comendo,
mas, ao acordar, sente-se vazio;
ou como o sedento
que sonha que bebe água,
mas, ao acordar, sente-se fraco
e ainda com sede.
Assim será toda a multidão
das nações que lutam
contra o monte Sião.
9 Fiquem espantados
e continuem assim!
Fiquem cegos e continuem sem ver!
Eles estão bêbados,
mas não de vinho;
andam cambaleando, mas não
por causa de bebida forte.
10 Porque o Senhor derramou
sobre vocês o espírito
de profundo sono;
ele fechou os olhos de vocês,
que são os profetas,
e cobriu a cabeça de vocês,
que são os videntes.
11 Para vocês, toda visão já se tornou
como as palavras de um livro selado.
Se derem o livro a alguém que sabe ler, dizendo:
“Leia isto, por favor”,
ele responderá: “Não posso, porque está selado.”
12 E, se derem o livro a quem não sabe ler, dizendo:
“Leia isto, por favor”,
ele responderá: “Não sei ler.”
13 O Senhor disse:
“Visto que este povo se aproxima de mim
e me honra com a boca e os lábios,
mas o seu coração está longe de mim,
e o seu temor para comigo
consiste apenas em mandamentos
ensinados por homens,
14 continuarei a fazer uma obra maravilhosa
no meio deste povo.
Sim, farei uma obra extraordinária,
de maneira que a sabedoria
dos seus sábios será destruída,
e o entendimento dos entendidos
desaparecerá.”
15 Ai dos que escondem
profundamente seus planos do Senhor!
Ai dos que fazem suas próprias obras às escuras,
e dizem: “Quem nos vê?
Quem sabe o que estamos fazendo?”
16 Como vocês invertem as coisas!
Será que o oleiro é igual ao barro?
Pode a obra dizer ao seu artífice:
“Ele não me fez”?
Pode a coisa feita
dizer do seu oleiro:
“Ele não sabe nada”?
17 Não é fato que, em pouco tempo,
o Líbano se tornará pomar,
e o pomar será tido por bosque?
18 Naquele dia, os surdos ouvirão
as palavras do livro,
e os cegos, livres da escuridão
e das trevas, as verão.
19 Os mansos voltarão
a se alegrar no Senhor,
e os pobres do meio do povo
exultarão no Santo de Israel.
20 Pois o tirano será reduzido a nada,
o zombador já não existirá,
e serão eliminados todos
que buscam o mal,
21 aqueles que com uma palavra
condenam o inocente,
põem armadilhas
ao que reprova no tribunal,
e sem motivo negam ao justo
o seu direito.
22 Portanto, a respeito da casa de Jacó,
o Senhor, que remiu Abraão, diz:
“Jacó não será mais envergonhado,
nem mais ficará pálido o seu rosto.
23 Pois, quando ele e os seus filhos
verem a obra das minhas mãos
no meio deles,
santificarão o meu nome;
sim, santificarão o Santo de Jacó
e temerão o Deus de Israel.
24 E os desencaminhados de espírito
virão a ter entendimento,
e os murmuradores
hão de aceitar instrução.”